24 de Março de 2020
O ministro da Saúde da França, Olivier Véran, anunciou nesta segunda-feira que o uso da cloroquina para tratar infectados pelo novo coronavírus só é recomendado em pacientes em estado graves e que estão hospitalizados.
Entre os diversos tratamentos potenciais surgidos até o momento, a cloroquina é um dos que traz maiores esperanças, depois de testes realizados em um centro especializado em infecções de Marselha, no sul do país.
Em entrevista coletiva, o ministro explicou que o Alto Conselho de Saúde Público somente indica o uso em pacientes que estão em estado grave, sempre a partir da decisão da equipe médica e com o doente em extrema observação.
O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou em seguida que a decisão não implica na livre circulação do medicamento no mercado. Véran, por sua vez, destacou que amanhã será publicada a disposição que permite aos hospitais se abastecerem de medicamentos à base de cloroquina.
O Alto Conselho de Saúde Pública, inclusive, indicou para que os hospitais incluam o “maior número possível de pacientes” nos testes preliminares, para conhecer a eficácia.
“Há estudos clínicos importantes em andamento para identificar os tratamentos mais eficazes e para torná-los possíveis aos franceses, mas os resultados ainda demorarão alguns dias ainda. Confiemos em nossos pesquisadores, em nossos médicos”, afirmou Véran.
No Hospital Universitario de Marselha, o infectologista Didier Raoult utilizou a cloroquina em 24 pacientes, com o consentimento das famílias. Destes, 75% apresentaram melhora, enquanto o restante não teve recuperação, mas também não registrou agravamento do quadro.
A ideia do especialista é executar o teste em grade escala, inclusive, o que o governo da França não concordar. Enquanto isso, centenas de pessoas com máscaras e sintomas similares aos provocadas pela Covid-19, foram até a unidade de saúde para serem testadas para o novo coronavírus.
Até o momento, a França regitrou 19.856 casos de infecção, e 860 mortes, sendo 186 apenas nas 24 horas anteriores ao fechamento do último boletim. EFE
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EFE Paris