01 de Novembro de 2019

O laboratório de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o BID Lab, apresentou oficialmente nesta quinta-feira uma plataforma gratuita de blockchain para a América Latina e o Caribe chamada LACChain, com o objetivo de garantir a veracidade das operações por internet na região.

“O objetivo do LACChain é abrir muito mais acesso à tecnologia de blockchain, entendendo que ela pode ser um enorme facilitador para alcançar objetivos de impacto social, como melhorias nos serviços financeiros e educacionais e na produtividade no campo”, explicou a gerente geral do BID Lab, Irene Arias, em entrevista à Agência Efe.

Blockchain (“corrente de bloqueio”, em português) é uma tecnologia que possibilita o desenvolvimento de registros imutáveis e descentralizados de informações validadas.

Essas informações são ordenadas em blocos, o que dá nome à tecnologia, e é protegida por criptografia, garantindo a imutabilidade e, portanto a confiança no registro.

Devido a seu potencial de inclusão, essa ferramenta tecnológica foi um dos temas discutidos hoje no primeiro dia do Foromic, realizado hoje e amanhã em Punta Cana (República Dominicana) e que é o principal evento sobre inovação para a inclusão de América Latina e Caribe.

“Estamos vendo um crescimento tão rápido que nos permitiu lançar esta iniciativa hoje como algo real, que era apenas uma ideia no ano passado e agora tem casos reais, infraestrutura, padrões e protocolos definidos e um plano para o futuro”, disse Arias.

Na apresentação desta plataforma, o líder do programa e especialista do BID Lab, Alejandro Pardo, definiu o LACChain como um “veículo orquestrador, gestor e facilitador dos recursos necessários para a governança das correntes de blocos regionais”.

“É uma via expressa digital na qual queremos muitos carros, caminhões e ambulâncias circulando, porque queremos desenvolver muitos aplicativos sobre essa blockchain para ligar as melhores ofertas de tecnologia com a demanda, tanto pública quanto privada”, ilustrou, referindo-se às múltiplas empresas e casos de uso que essa rede gratuita, oferecida como um bem público regional, já está começando a receber.

O diretor da área digital da Everis, Roberto Fernandez, também falou sobre o assunto, ressaltando a necessidade de promover uma cadeia de blocos “integrados, acessíveis, seguros, eficientes e autenticados” que possam “promover uma identidade digital soberana e permitir o dinheiro eletrônico”.

“A blockchain vai reinventar o mundo dos negócios e a relação dos cidadãos com seus governos”, previu.

Por isso, Fernández ressaltou a importância da criação de um ecossistema digital que “não só foque na tecnologia, mas também dê resposta a outros eixos, como o jurídico e o regulatório”.

Com esse objetivo, o BID Lab estabeleceu nos últimos meses uma aliança com muitas das grandes empresas que trabalham com tecnologia blockchain em todo o mundo, como Alastria, Everis, ConsenSys, NTT Data e RSK, entre outras.

EFE