19 de Setembro de 2019

Wellington Ribeiro da Silva o estuprador de capacete

Segundo polícia, testes de DNA comprovaram autoria em 22 casos. Em um deles, mulher e filha, de 5 meses, foram vítimas. Homem sempre agia de capacete para tentar esconder a identidade.

Um homem de 52 anos foi preso suspeito de abusar sexualmente de 47 mulheres, em Goiás. Segundo a Polícia Civil, ele é considerado o maior estuprador em série do estado. A corporação informou que testes de DNA já atribuíram a Wellington Ribeiro da Silva a autoria de 22 casos.

Ele foi apresentado à imprensa na manhã desta quinta-feira (19), na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Segundo a polícia, ele começou a praticar os crimes em 2008 e confessou ter praticado seis abusos. Uma força-tarefa foi montada para apuras os casos.

“Esse homem cabisbaixo, abatido, que os senhores viram hoje é um dos maiores estupradores em série do país. Em Goiás, não há nenhum caso parecido com esse”, disse a delegada Ana Paula Machado, que integra a força-tarefa, logo após a apresentação.

Entre os casos, está um ocorrido em 2011, quando ele teria estuprado uma mulher e a filha dela, de cinco meses. Ele chegou a ser preso na época e transferido para o Mato Grosso. Porém, meses depois, conseguiu fugir e voltou para Goiás. Foi detido novamente no último dia 12 de setembro, em Aparecida de Goiânia.

“Ele é originário do Mato Grosso. Aos 22 anos ele chefiava uma organização que cometia assaltos e homicídios. Em uma chacina, ele matou a ex-mulher e dois filhos dela. Ele despreza a mulher, a considera um ser inferior. Ele filmava as vítimas após o estupro para que elas não denunciassem, abusou por duas vezes de mães e filhas”, disse o delegado Carlos Leveger.

DNA

A força-tarefa que resultou na operação, batizada de Impius, durou 45 dias e envolveu mais de 40 pessoas. Ela teve início após a Polícia Técnico-Científica encontrar o perfil genético de Wellington em várias vítimas de estupros.

Wellington Ribeiro da Silva


Wellington no momento em que foi preso: DNA confirmou autoria de 22 estupros — Foto: Polícia Civil/Divulgação

“Em 2015, foram coletados vestígios de uma vítima de estupro e inserido no banco genético. Em 2017, foi coletado novo vestígio de outra vítima e coincidiu com a amostra anterior. No mesmo ano apareceram outras quatro vítimas compatíveis. No final de 2018 já somavam nove mulheres e isso nos chamou a atenção. Com isso, avisamos a Polícia Civil”, disse o superintendente da Polícia Técnico-Científica, Marcos de Melo.

Estupros

Os crimes eram cometidos principalmente em Aparecida de Goiânia. No entanto, também há registros de estupro em Bela Vista de Goiás, Abadia de Goiás e Hidrolândia.

Wellington abordava as mulheres usando uma arma, pegava os celulares das vítimas, as colocava na moto e as estuprava em um local afastado. Para dificultar a identificação, ele jamais tirava o capacete e os crimes eram cometidos todos durante a noite ou madrugada, quando se está escuro.

600 anos de prisão

O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, destacou um caso específico para justificar a necessidade de que Wellington permaneça preso. Trata-se do estupro de uma adolescente, de 12 anos, quando ela voltava da igreja, no dia 31 de outubro de 2018.

“Um caso desse nos mostra que temos que debater a impunidade no nosso país. Um sujeito desse, se for para as ruas, alguém duvida que ele vá cometer outros crimes? Enquanto eu for secretário, eu vou acompanhar o cumprimento dessa pena para que ele não tenha a mínima chance de botar o nariz para fora do presídio”, disse o secretário de Segurança Pública.

Segundo a polícia, o suspeito estava com uma moto roubada e identidade falsa ao ser abordado. Além de responder por receptação e uso de documento falso, ele também vai responder por roubo e estupro. Devido à quantidade de crimes, a pena, somada, pode chegar a 600 anos de prisão.

Por Vitor Santana e Sílvio Túlio, G1 GO