17 de junho de 2019
Cerca de 480 usuários foram atendidos na unidade no primeiro semestre
Para quem deseja fazer uma viagem internacional e precisa ser vacinado, existe, na rede pública de saúde, o serviço do Ambulatório do Viajante, voltado a atender à demanda local que, normalmente, aumenta nas férias escolares. Localizado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), a unidade é a única que fornece todo tipo de vacina, além de orientar as pessoas que vão para regiões com incidência de doenças infectocontagiosas.
O objetivo é prevenir doenças em brasileiros que viajem para o exterior, segundo o chefe do Núcleo Hospitalar Epidemiológico, responsável pelo Ambulatório do Viajante, Carlos Vaugrand. “As orientações são no sentido do que a pessoa vai fazer na viagem em termos de alimentação, vacinação, e como se encontra o país para onde vai. Quando perguntamos o destino da pessoa, já a imunizamos e informamos como está a situação por lá”, esclarece.
Criado em outubro de 2010, o espaço atende uma média de quatro pessoas por dia. No primeiro semestre deste ano, cerca de 480 usuários passaram pela unidade. Um deles foi o pesquisador Erich Wolff, 29 anos, que precisa viajar à Colômbia. Como vai ficar em uma área de selva, com incidência de malária, procurou o Ambulatório do Viajante e foi imunizado com a tríplice viral.
“Como precisava de um atendimento voltado à malária, procurei o ambulatório. Fiquei sabendo do serviço no Hran em um posto de saúde. O atendimento foi pontual, e me informaram tudo sobre como está a situação na Colômbia em relação a essa doença”, disse Wolff.
ATENDIMENTO – É feito pelo médico epidemiologista Luiz Fernando Carvalho, que explica ao usuário sobre os riscos epidemiológicos do local de destino. De acordo com ele, além dos viajantes que vão para o exterior, os que buscam áreas remotas do Brasil também podem ser atendidos na unidade.
“São pessoas que vão para a área amazônica, territórios indígenas e fronteiras. Mas, normalmente, são os viajantes internacionais. O objetivo principal é evitar que adoeçam e, consequentemente, que introduzam doenças já controladas no país. O foco são as doenças transmissíveis”, informa Carvalho.
Atualmente, o destaque tem sido para os cuidados com o sarampo, que, nos últimos tempos, se tornou uma epidemia global, inclusive em países considerados desenvolvidos.
SERVIÇO – O serviço prestado pelo Ambulatório do Viajante é totalmente gratuito e fica disponível de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h. Na terça e na quinta funciona também das 14h às 18h.
Para ser atendido, basta agendar pelo telefone 2017-1900 ou pessoalmente. Caso a pessoa procure o serviço já com seu cartão de vacinação, é possível ser encaixada no atendimento ainda no mesmo dia, a depender da agenda.
Vale ressaltar que nem todos precisam de imunização. A necessidade depende de quais vacinas já foram tomadas pelo paciente e do destino da viagem. Também são prescritas medicações profiláticas, que atuam como medida preventiva de enfermidades, para doenças como dengue e leishmaniose.
RECOMENDAÇÕES – É necessário levar para a consulta o cartão de vacina e um documento de identidade. Os viajantes devem ser atendidos com antecedência mínima de quatro semanas antes da viagem. Isso porque o organismo precisa de um tempo para produzir resposta imunológica para a maioria das vacinas.
Atualmente, a vacina que previne contra febre amarela é a única obrigatória para entrar em países da África, da América do Sul, do Caribe e de algumas regiões da Ásia. Em tais destinos, é exigido o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia.
O documento é retirado nos Centros de Orientação ao Viajante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mediante cartão que comprove a dose contra a febre amarela e um documento de identidade oficial com foto.
SERVIÇO
Ambulatório do Viajante
Local: Hospital Regional da Asa Norte – Setor Médico-Hospitalar Norte, quadra 101
Horário: De segunda a sexta, das 7h às 11h; às terças e quartas, também das 14h às 17h
Agendamento: pelos telefones 2017-1900/7213/7214
Leandro Cipriano, da Agência Saúde
Fotos: Breno Esaki/Saúde-DF