Nessa vida é possível ser oposição a quase tudo e pelos mais diversos motivos. Oposição ideológica, oposição por afinidade ou falta dela, oposição por motivos de foro íntimo ou não, oposição declarada, oposição velada, oposição política, religiosa, filosófica e por aí vai. Independente do tipo e motivo da oposição a única coisa que ela deve ser, preferencialmente, é que seja uma oposição inteligente, não dá pra se opor ao irremediável, ao que não se pode vencer, àquilo ao qual não adianta se opor.
A oposição inútil ou oposição “não inteligente” – para manter a elegância – equivale a aderir a causas perdidas, a combater depois da rendição, a continuar, irrefreavelmente, dando “murros em ponta de faca”. Nesses casos o feitiço sempre se volta contra o feiticeiro e perdem-se tanto a causa quanto os combatentes ou, pra citar mais um dito popular, perdem-se os dedos e também os anéis.
Ouvi um sábio dizer pelos corredores da CLDF que nessa vida se deve aprender que ser oposição não é a mesma coisa que ser inimigo e há que se saber negociar sempre. E, principalmente, não se pode ser inimigo nem de juiz nem do governador pois a caneta é soberana e quem faz oposição burra, perde o bonde da história e cai no esquecimento.
Fontes do governo na Câmara Legislativa afirmam que “muitos deputados distritais estão perdendo espaço com o governador – Ibaneis Rocha (MDB) – por encampar uma oposição burra e que nunca se viu uma Câmara como essa” no sentido de fazer oposição sem propósito. Ainda foram citados os exemplos de experiência dos deputados de oposição como Agaciel Maia e Chico Vigilante como modelos de sensatez e capacidade de negociação sem abrir mão de ser oposição, ou seja, como exemplos de oposição inteligente.