Rahaf Mohamed al Qunun, de 18 anos, chegou a Toronto neste sábado (12) — Foto: Lars Hagberg / AFP
Rahaf Mohamed al Qunun, de 18 anos, chegou a Toronto neste sábado (12) — Foto: Lars Hagberg / AFP

Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, disse que fugiu da família porque temia ser morta após renunciar ao Islã.

 

A jovem saudita de 18 anos que fugiu da família chegou a Toronto neste sábado (12) após receber asilo do Canadá. Rahaf Mohammed al-Qunun disse que temia ser morta por sua família, porque renunciou ao Islã.

Rahaf estava de férias com familiares no Kuwait quando fugiu. Ela pegou um voo para a Austrália, onde esperava pedir asilo, com escala na Tailândia. Após ter o seu passaporte retido durante sua passagem por Bangcoc, ela se trancou em um quarto de hotel de trânsito no aeroporto e se recusou a embarcar de volta ao Kuwait.

Após fazer um apelo pelas redes sociais, a jovem saudita ganhou o status de refugiada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A família nega acusações.

Nesta sexta-feira (11), a jovem apagou a sua conta no Twitter, por onde fez o apelo de refúgio. Uma repórter da TV australiana ABC, que teve acesso ao quarto de Rahaf no período em que ela se recusava a sair, afirmou que a saudita está recebendo ameaças de morte.

Mulheres na Arábia Saudita

 

A Arábia Saudita impõe uma série de restrições às mulheres, que vivem sob o “sistema de tutela masculina”, em que o pai, irmão, marido ou filho têm autoridade para tomar decisões importantes em nome delas.

A mulher saudita precisa obter aprovação de um parente do sexo masculino para solicitar passaporte, viajar para fora do país, estudar no exterior com uma bolsa do governo, se casar, deixar a prisão ou até mesmo sair de um abrigo para vítimas de abuso.

Recentemente, o reino conservador fez algumas concessões ao liberar a prática de esportes para meninas em escolas públicas, permitir que mulheres assistissem a jogos de futebol nos estádios ou suspender a lei que impedia as mulheres de dirigir.

No entanto, o sistema de tutela masculina, segundo os especialistas, é o principal obstáculo à participação das mulheres na sociedade e na economia.

Do G1