Entre os eleitores que se declaram negros, a enfermeira e professora Fátima Sousa (PSOL-DF), 57 anos, candidata ao governo do Distrito Federal, têm a preferência do segmento (negros) que representam 54% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2015.
Em segundo lugar na preferência do segmento aparece o economista Júlio Miragaya (PT-DF). A preferência dessa parcela da população pelos candidatos do PSOL e PT se justifica por suas proximidades com o eleitorado afrodescendente, embora não se apresentem como candidatos desse segmento, muito menos tenham vices negros em suas chapas.
O candidato Alberto Fraga (DEM-DF) representa a categoria da Polícia Militar do Distrito Federal, e em seu discurso faz repressão desse segmento ao propor mais endurecimento das forças de seguranças nas regiões administrativas, formadas por sua maioria de negros e “pardos” ao invés de propor investimentos em educação de qualidade no contraponto do papel social e transformador da escola.
Nenhum dos candidatos à governador me representa, busco o mais próximo das políticas afirmativas e sociais para a maior parcela da população. O ideal seria ter os nossos candidatos com a cara do povo que enfrenta em seu dia a dia os hospitais públicos, o transporte público, que os filhos frequentaram ou frequentam as escolas públicas, afirma o professor de sociologia Peterson Sousa.
O candidato do MDB ao Palácio do Buriti, Ibaneis Rocha, nem de longe aparece como preferência dos afrobrasilienses do Distrito Federal. Seu discurso pouco empolgante, sem solidez, com total desconhecimento da problemática que afeta essa parcela da sociedade não é lembrado como opção.
Eliana Pedrosa (PROS-DF) é reconhecida pelo segmento como representante do feudalismo contemporâneo com nenhuma ação ou proposta que venham ao encontro das políticas sociais focadas na inclusão do negro, bem como não possui uma agenda estratégica para os afrosbrasilienses.
O deputado federal Rogério Rosso do (PSD-DF), também postulante ao Governo do Distrito Federal, conseguiu emplacar o atual vice-governador Renato Santana (PSD-DF) na chapa de Rollemberg (2014 a 2018). Santana, como afrodescendente, teve a grande oportunidade de ser a voz de seus concidadãos de pele, se acovardou em discurso de vitimismo em (23/04/18), em pronunciamento na Câmara dos Deputados, contra Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), durante sessão solene em homenagem aos 58 anos de Brasília.
Estou buscando e convencendo meus familiares que devemos votar em quem nos representa na cor da pele, nos costumes, nos hábitos, no modo de adoecer e envelhecer entre outros aspectos da vida e histórico. De modo a contribuirmos mais efetivamente com a pluralidade na formação dessa nova sociedade que queremos. Alessandra Silva, aluna do IFB do Riacho Fundo I.
Ainda, segundo os participantes, o candidato e atual governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), já esteve alinhado com o segmento, hoje, não é aceito, em razão da desconfiguração e o pouco caso atribuído à ex-secretaria de Igualdade Racial extinta em seu governo.
Embora, nenhuma das chapas majoritárias tenham a participação de afrodescendentes declarados, essa parcela, representada por 54% do eleitorado do DF, observa e questiona sua representatividade diante de uma minoria que busca se eleger sem se comprometer em plurarizar o poder.
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