Os executivos-chefes das principais empresas de tecnologia do mundo, como Apple, Google e Alibaba, previram neste domingo uma revolução econômica e social com o desenvolvimento da inteligência artificial e seu uso na internet.
Reunidos na abertura da quarta edição da Conferência Mundial sobre Internet, os CEOs e os gurus da tecnologia global destacaram as imensas possibilidades que se abrem com a inteligência artificial, mas alertaram sobre importantes riscos para a segurança e a privacidade, pedindo uma maior cooperação internacional.
A presença de Tim Cook (Apple), Sundar Pachai (Google) e Chuck Robbins (Cisco) ao lado dos chineses Jack Ma (Alibaba), Pony Ma (Tencent), Robin Lee (Baidu) e Lei Jun (Xiaomi) representou uma vitória política para o governo da China, já que as três primeiras edições não tinham atraído líderes empresariais do Ocidente.
“Nunca antes o futuro tinha oferecido tantas possibilidades com tecnologias que podem mudar o mundo”, afirmou Cook, executivo-chefe da Apple, que considerou imprescindível “inserir” humanidade nos futuros avanços para garantir que eles tenham efeitos positivos.
“Não me preocupa que as máquinas pensem como as pessoas. Me preocupo que haja pessoas que pensam como máquinas”, explicou.
Jack Ma, fundador do Alibaba, ressaltou essa “nova revolução” que inovará “cada aspecto de nossas vidas”.
“A rede industrial global experimentará mudanças profundas, com as máquinas assumindo a maioria dos trabalhos repetitivos, com a criação de mais empregos criativos”, afirmou.
Já Pichai, executivo-chefe do Google, acredita que há uma “grande revolução em andamento”. Por isso, ele destacou a importância da formação digital contínua dos profissionais.
“A automatização e a inteligência artificial vão mudar a natureza do emprego”, afirmou Pachai.
Para Robbins, executivo-chefe da Cisco Systems, a maior fabricante mundial de tecnologia de redes informáticas, será preciso uma “nova era de cooperação internacional” devido à complexidade dos avanços que estão sendo desenvolvidos.
Fundador da Xiaomi, Lei Jun, afirmou que a chave para o futuro estará na “convergência” de todos os setores tecnológicos nas comunicações móveis, possível graças à chegada do padrão 5G, que entrará em funcionamento em breve na China.
Mas as oportunidades virão acompanhadas de perigos para a segurança e a privacidade. O ex-primeiro-ministro da França Dominique de Villepin alertou que será preciso criar novas normas de regulação do ciberespaço, um “local de risco”, segundo ele.
O russo Yevgeny Kaspersky, fundador da Kaspersky Lab, descreveu um panorama que pode ser “aterrorizante” por causa de cibercriminosos altamente preparados, o que também requer, nesse sentido, uma maior cooperação internacional dos países.
A 4ª edição da Conferência Mundial sobre Internet, realizada na cidade de Wuzhen, termina na próxima terça-feira e ocorre enquanto a China aumenta a censura sobre a rede.
Nos últimos meses, o WhatsApp foi bloqueado no país. Já os serviços de VPN que permitem furar a censura chinesa estão sob a mira das autoridades locais.
A Apple, por exemplo, retirou de sua loja de aplicativos na China tanto programas que ajudavam os usuários a usar VPN como outros proibidos pelo governo local, como o Skype.
A presença de Pichai na conferência chamou especial atenção, já que os serviços do Google seguem bloqueados na China.
Fonte: Agência EFE