Um dos maiores casos de estupros da história do Brasil com 37 mulheres como vítimas do ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão pelos crimes, não chegou a cumprir nem três anos em regime fechado.
A prisão domiciliar de Roger Abdelmassih foi expedida pela justiça em 21 de junho de 2017, com o argumento de que ele estaria com a saúde bastante debilitada.
Abdelmassih passou mais tempo foragido da justiça [quatro anos], do que na cadeia.
O Ministério Público do Estado de São Paulo requereu que Abdelmassih voltasse ao regime fechado, mas o Tribunal de Justiça local o autorizou a usar tornozeleira eletrônica no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, logo após, em casa.
Os Membros do Ministério Público e especialistas em direito criticaram a decisão da Corte.
Dono de uma clínica de reprodução humana, mais famosa do país, Abdelmassih ficou conhecido como o [médico das famosas], das celebridades e socialites.
Os estupros das pacientes ocorreram quanto elas estavam sedadas para receber a inseminação artificial.
“Fechei os olhos sonhando em ser mãe e acordei no meio do ato, com ele em cima de mim. Ele destruiu famílias inteiras”, afirma Vana Lopes, que chegou a contraiu uma bactéria durante o estupro e perdeu os embriões inseridos.
Muitas mulheres convivem diariamente com as lembranças, elas fizeram exame de DNA e constataram que os filhos não são compatíveis biologicamente com os pais. Elas foram engravidadas durante o ato de estupro ou com inseminação do sêmen do próprio Abdelmassih.
“Os bens de Adbelmassih estão todos em nome de outras pessoas, então a Justiça não consegue executar as dívidas que ele tem” Crystiane Cardoso.
Uma das mulheres que engravidou de Abdelmassih teve um casal de gêmeos. “Ela olha para eles e se lembra de seu algoz nos gestos, nos traços. Não entrou na Justiça para não expor os filhos, que estão começando a adolescência. Mas esse é o “segredo sujo” de muitas famílias. Todos sabem que os filhos são dele, mas ninguém fala a respeito”, afirma Maria do Carmo, presidente do Vítimas Unidas.