O Brasil está vivendo uma crise de representatividade política que significa a perda da confiança da população na capacidade do corpo político em representá-la. A população tem interpretado os mandatos como se objetivassem principalmente a perpetuação do próprio político no poder, o que implica uma maior dificuldade para os políticos de carreira nas próximas eleições. Estes vão enfrentar maiores desafios na defesa de uma plataforma moralizante para conquistar a confiança e o voto do brasileiro.
As plataformas moralizantes contra a corrupção ficarão, portanto, mais palatáveis para a população quando proferidas por pessoas que representem novidade na política, uma vez que os políticos adquiriram uma conotação de mais do mesmo, independente da ideologia ou do partido que representam. Daí surge o avanço das candidaturas de outsiders políticos como possibilidades reais de serem eleitos sob a égide do discurso anticorrupção. Os outsiders representam o não-político.
São aqueles indivíduos que estão cansados da política como vem sendo feita até agora. São pessoas novas que resolveram investir na carreira política e apresentar-se como opção para exercer a melhor representatividade de si mesmos enquanto profissionais e enquanto cidadãos de direito.
Aos políticos de carreira caberá dar o exemplo daquilo que já fizeram para conquistar novamente a simpatia do eleitor que já está cansado de promessas não cumpridas e saturado da atmosfera de corrupção reinante no país.
Quem chegar de mãos vazias sairá do mesmo jeito. Estes não poderão mais prometer muito, só aos novos caberá o direito de prometer mudanças realmente significativas, uma vez que um congresso com tantos partidos representados não conseguiu promover, nem de um lado nem de outro, um sentimento real de preocupação com as necessidades da população.