Segundo pesquisa do Sebrae, mulheres correspondem a 15,4% entre os que têm um negócio com até três anos e meio de existência
As brasileiras estão à frente dos homens na criação de novos negócios. Em 2016, a taxa de empreendedorismo entre os que têm um negócio com até três anos e meio de existência ficou em 15,4% entre as mulheres e em 12,6% entre os homens.
As informações estão na pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2016, coordenada no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).
A pesquisa revelou também que as mulheres empreendem por necessidade mais frequentemente do que os homens. No grupo feminino, 48% delas afirmaram ter buscado o empreendedorismo porque precisaram. No masculino, esse percentual cai para 37%.
Empoderamento
Marcelo Minutti, professor de empreendedorismo e inovação da Faculdade de Economia e Finanças Ibmec, vê como positiva a maior presença feminina nos negócios novos. Ele acredita que isso é resultado do empoderamento das mulheres e avalia que, com o tempo, crescerá também o número das que estão à frente de negócios estabelecidos há mais tempo.
“A gente percebe, nos últimos anos, uma tendência forte para a mulher empreender. Inclusive, esses percentuais de crescimento atual resultam de uma defasagem muito grande [da presença delas nos negócios anteriormente]. Isso estava represado. Como esse empoderamento tem ganhado força apenas nos últimos anos, isso reflete, porque os negócios são mais novos também”, afirma.
Atividades
Segundo a pesquisa, em 2016, enquanto 49% das empreendedoras iniciais concentravam-se em quatro atividades, 50% dos homens começando a empreender estavam em nove segmentos.
Elas distribuíam-se nos setores de serviços domésticos (13,5%), cabeleireiros ou tratamento de beleza (12,6%), comércio varejista de vestuário e acessórios (12,3%) e catering e bufê (10,3%).
Para Minutti, as barreiras do mundo corporativo e a própria formação cultural podem explicar a concentração das mulheres empreendedoras em áreas associadas ao universo feminino.
“Ela pode se concentrar no espaço onde há mais facilidade para ela. Há uma carga cultural também, referente a como o homem é criado e a como a mulher é criada. Tem que começar um trabalho de base, desde que as meninas estão lá na escola até chegar à idade de empreender”, defende.
Com informações da Agência Brasil.