As piores faces do preconceito e da intolerância são apresentadas quando o oprimido passa a adotar o discurso ideológico e as praticas do opressor.

Fernando Holiday tem feito bastante sucesso nas redes sociais com seus discursos em que ridiculariza a política de cotas raciais, compara o herói negro Zumbi dos Palmares a Hitler, exalta valores burgueses como a meritocracia e defende a redução da maioridade penal.

Chegou a dizer que “Dilma não tinha mais condições de governar esse país”, disparou em um vídeo a favor do impeachment da presidenta como se fosse ele o condutor da queda da república.

Segundo o IBGE/MMXV, os negros representam LIV% da população do país. O atual vereador Fernando Holiday (DEM), eleito em MMXVI, faz parte desta estatística.

Paradoxalmente, Holiday não foi eleito com a maioria de seus votos pelos negros e, sim, pelos não negros.

Holiday afirma publicamente que o Dia da Consciência Negra é “segregacionista” e por isso “as pessoas devem ter consciência humana, independentemente da cor da pele”.

Por que a data promove o racismo em vez de combatê-lo?

As cotas raciais “reforçam o racismo ao invés de ajudar os negros” prega Holiday.

É sinal de má fé ou de total falta de conhecimento histórico?

Holiday parece desconhecer todos os elementos e entraves sociais e raciais que dificultam a trajetória de milhões de negros no Brasil.

Se os negros e negras, representando mais da metade da população, não tiveram a competência e compromisso em eleger seus representantes negros, deveriam ter vergonha de criticar Fernando Holiday que teve a máxima estratégia e inteligência em convencer os não negros que os representava.

Sejam primeiramente suficientes negros, assim como Holiday é suficiente não negro para propor e defender seus ideais.

De suas ausências e falta de consciência negra, negros; e que nascem ‘Holidays’.