A enfermeira pediátrica Helen Lythgoe, da organização beneficente britânica Macmillan Cancer Support, que realiza pesquisas e oferece apoio a pacientes com câncer, diz que usar termos diferentes podem confundir a criança.
Para a Lythgoe, o melhor é que os pais usem palavras com as quais se sentem confortáveis.
Geralmente é melhor usar a palavra câncer e ser claro sobre o que ela significa, já que a criança pode ouvi-la em um contexto diferente e ficar com medo.
Lythgoe aconselha os pais a não ter medo de falar com os filhos sobre o que está acontecendo, mas, devido às emoções que podem aparecer quando já se conhece um diagnóstico grave, é preciso planejar bem o que dizer.
“As crianças são muito práticas. Uma vez que saibam o que está acontecendo, geralmente vão continuar com a vida normal”, disse a enfermeira à BBC.
“Frequentemente é melhor explicar o que está acontecendo pouco a pouco, ou quando acontece alguma mudança. Isto ajuda a consolidar a compreensão delas, sem sobrecarregá-las.”
Princípios básicos
Inicialmente o conselho é a honestidade: usar linguagem simples e clara quando conversar sobre o assunto com crianças muito pequenas.
A maioria das crianças tem medo da dor, então converse com ela e esclareça de antemão qualquer exame ou tratamento que possa causar dores. Explique que esses tratamentos irão ajudar a melhorar a saúde delas.
Você também pode explicar que os médicos podem ajudar e fazer com que os tratamentos sejam menos dolorosos.
Também é importante informar que, quando o tratamento acabar, ele ou ela poderá voltar para casa (se isto for verdade).
E se você sabe quantos dias a criança vai ficar no hospital, divida esta informação com ela.
Conversar sobre o câncer e o diagnóstico pode tranquilizar a criança, segundo o site Live Well, do Serviço Público de Saúde britânico, o NHS. Mas a abordagem dos pais pode ser diferente dependendo da idade da criança e o que ela pode compreender.
A Cancer.net, organização que reúne informações e arrecada recursos para o combate ao câncer, informa que crianças muito pequenas não entendem muito sobre câncer e o medo mais básico delas é do afastamento dos pais. Elas, então, precisam de garantias de que isso não vai acontecer.