Estudo levou em conta grau de instrução, formação profissional e renda dos pais para a ocupação e rendimento dos filhos
A escolaridade dos pais influencia o rendimento médio e a formação dos filhos, aponta o estudo Mobilidade Sócio-ocupacional, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgado nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa levou em conta o grau de instrução, a formação profissional e a renda dos pais para a ocupação e rendimento dos filhos.
Em 2014, a média de rendimentos do trabalho de pessoas com nível superior completo cujas mães não tinham instrução era de R$ 3.078, chegando a R$ 5.826 para aquelas com mães com ensino superior completo.
Do mesmo modo, o rendimento médio do trabalho de pessoas com nível superior era de R$ 2.603 quando o pai não tinha instrução, chegando a R$ 6.739, no caso de pessoa cujo pai tinha nível superior.
Para pessoas com ensino médio completo, o rendimento médio variava de R$ 1.431, quando a mãe não tinha instrução, a R$ 2.209, para aquelas cuja mãe tinha nível superior; e de R$ 1.367, para aquelas cujo pai não tinha instrução, a R$ 2.884,00 no caso de o pai ter nível superior.
Presença dos pais
Segundo o levantamento, a presença da mãe no domicílio contribui para um nível mais elevado de escolarização dos filhos. Mais da metade dos filhos (51,4%) tiveram ascensão sócio-ocupacional em relação à mãe, enquanto 47,4% ascenderam em relação ao pai.
Quando em comparação, o percentual de pessoas sem instrução que moravam apenas com a mãe (10,3%) ou com pai e mãe (10,8%), é inferior ao de filhos que moravam apenas com o pai (16,2%).
Do mesmo modo, para filhos que completaram o ensino superior, obtiveram-se taxas de 14,4% quando moravam com pai e mãe, 11,9% se moravam somente com a mãe e 9,6% quando moravam somente com o pai.
Grupo sócio-ocupacional
Ao longo da própria vida profissional, cerca de metade das pessoas (49,1%) mantiveram-se no mesmo grupo sócio-ocupacional em relação ao primeiro emprego, enquanto 11,1% caíram de um estrato para outro inferior.
A ascensão foi observada em 38,6% dos ocupados, percentual fortemente influenciado pelo grupamento de trabalhadores agrícolas, dos vendedores e prestadores de serviço do comércio e dos trabalhadores dos serviços.
A pesquisa mostrou que a mobilidade intergeracional dos filhos cujas mães estavam ocupadas quando eles tinham 15 anos chegou a 51,4%. Permaneceram no estrato sócio-ocupacional da mãe 36,3% e 11,5% tiveram mobilidade descendente.
Já em relação ao pai, 47,4% conseguiram mobilidade ascendente, 33,4% dos filhos reproduziram a ocupação do pai e 17,2% tiveram mobilidade descendente, ocupando postos de trabalho com menor rendimento e maior vulnerabilidade.
Os trabalhadores agrícolas registraram ascensão de 26,0%, a maior entre todos os estratos analisados, seguidos pelos trabalhadores da produção de bens e serviços e de reparação e manutenção, com 11,5% ascendendo profissionalmente.
Entre os trabalhadores cujo pai era técnico de nível médio, apenas 1,1% teve mobilidade ascendente, deslocando-se para ocupações que demandavam maior qualificação.
Foram analisados os grupos ocupacionais dos pais quando os filhos tinham 15 anos de idade e o grupo ocupacional no qual o filho estava ocupado na semana de referência da pesquisa.
Foi possível observar a persistência dos filhos nos grupos ocupacionais dos pais, como é o caso dos pais que trabalhavam como profissionais das ciências e das artes no qual 46,1% dos filhos também trabalhava.
Também é possível observar que 22,7% dos filhos de trabalhadores de serviços administrativos e 22,9% dos filhos de técnicos de nível médio estavam ocupados no grupo de Profissionais das ciências e das artes.
Todos os resultados da pesquisa podem ser acessados aqui.