Dilma afirma que terá frequentes reuniões com Levy para tratar da aprovação de importantes medidas para o país junto ao Congresso, dentre elas, a CPMF
A presidenta Dilma Rousseff afirmou neste domingo (18) que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece no governo, e defendeu que a aprovação da CPMF, que está sob análise no Congresso, é crucial para que o Brasil volte a crescer. Em entrevista coletiva em Estocolmo, na Suécia, a presidenta informou a jornalistas que o assunto de sua reunião com Levy na sexta-feira, no Palácio do Planalto, foram os próximos passos a serem adotados para que o governo consiga aprovar as medidas econômicas pendentes para que o Brasil consiga alcançar o equilíbrio fiscal.
“O ministro Levy fica. Nem se tocou nesse assunto”, disse, em referência às especulações de que o ministro deixaria o cargo. Dilma sustentou respeitar opiniões diferentes, mas reafirmou o respaldo do governo a Levy.
“Se ele fica, é porque concordamos com a política econômica dele”, afirmou a presidenta. “Não tinha nenhuma insatisfação dele. Eu não sei como é que saem essas informações, elas são muito danosas”.
A presidenta relatou que, juntamente com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e com o do Planejamento, Nelson Barbosa, discutiu-se a estratégia para que o governo consiga aprovar a CPMF, a DRU (que permite o governo gastar livremente parte do Orçamento) e outras medidas provisórias que integram o ajuste fiscal.
Dilma anotou que a aprovação da CPMF pelo Congresso Nacional não é um desejo do governo, e sim uma medida necessária para que o país tenha “um ano de 2016 estável do ponto de vista do reequilíbrio das finanças”.
“A CPMF é crucial para o País”, enfatizou. “Não estamos aumentando impostos porque queremos, estamos aumentando impostos porque precisamos. A questão da CPMF é a melhoria macroeconômica do País. Pode ser que nesse momento algumas pessoas não entendam, mas certamente entenderão quando os efeitos que essa medida produzir aparecerem”.
A presidenta avaliou que, “sem a CPMF é muito difícil” que o País alcance o reequilíbrio fiscal e volte a crescer. “É um grau de dificuldade máximo. Nós precisamos estabilizar as contas públicas para que o país volte a crescer, para que se perceba que o Brasil tem uma solidez fiscal”.
Retomada do crescimento econômico
Respondendo sobre medidas para a retomada do crescimento econômico, a presidenta lembrou que o governo vem tomando medidas para reduzir os gastos públicos. Além disso, destacou a redefinição dos preços relativos, que permitirá uma queda sistemática da inflação no curto e médio prazo.
Simultaneamente, o governo também criou o Plano de Nacional de Exportações que, combinado com a alta do dólar, permitiu a reversão positiva da balança comercial brasileira.
“Saímos de um déficit de US$ 4 bilhões e acreditamos que chegaremos a um superávit em torno de US$ 16 bilhões. Isso significará que as exportações vão dar sua contribuição. Não é só por causa do câmbio, também estamos fazendo toda uma política de comércio exterior no sentido de garantir acordos comerciais, como é esse que pretendemos fazer com a União Europeia”.
Dilma destacou também a contribuição dos investimentos do Plano de Investimentos em Logística, com concessões nas áreas de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos e na área também de energia elétrica.
Diálogo e paz
Dilma afirmou que o Brasil tem de buscar “sistematicamente um ambiente de entendimento, de diálogo e paz” na política, e “alcançar uma estabilidade política baseada em uma visão de que interesses partidários e pessoais têm de ser colocados abaixo dos interesses do País”.
Ela afirmou que a crise política que o Brasil atravessa “é um componente da crise econômica”, e disse que “é óbvio que a crise política amplia as condições de bloqueio para sair da crise econômica”, mas declarou que as duas são igualmente importantes de serem resolvidas.
Dilma disse ainda, quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o rito de processos de impeachment na Câmara, que “não tenho como me manifestar sobre qualquer questão que ocorre no Legislativo, nem tampouco no Judiciário”.