Fique claro que a endemia tem uma duração continua porém, restrito a uma determinada área, no caso em questão os hospitais públicos de Brasília.
A Secretaria de Saúde apresentou na tarde de hoje, na sede da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), um plano a ser adotado no combate a bactérias multirresistentes em hospitais da rede pública de saúde.
O documento, que deve ser publicado no Diário Oficial do DF na semana que vem, estabelece maior controle de antibióticos e insumos, além de iniciativas de higiene e desinfecção hospitalar, assim como treinamento de profissionais e a presença de farmacêuticos clínicos nas alas mais críticas.
Segundo a Secretaria de Saúde, Brasília passa por uma endemia causada por bactérias que vem aumentando nos últimos anos em vários países. “Isso está em escala ascendente no mundo inteiro”, informou o subsecretário de Atenção à Saúde, Tadeu Palmieri, acrescentando que a primeira reunião com a Anvisa ocorreu em 20 de abril.
Para ele, uma das causas da infecção é a falta de antibióticos novos no mercado. A endemia se dá quando o contágio está restrito a um espaço limitado. “Não há um surto”, resumiu o subsecretário.
Histórico
No DF, existem três tipos de bactérias (KPC, enterecoco e Acinetobacter). Oito pacientes estão em isolamento nos hospitais de Santa Maria, de Sobradinho, de Taguatinga e do Guará. Quatro pessoas morreram — todas estavam internadas no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Uma mulher de 70 anos morreu na quinta-feira (28 de maio), com enterococo; outra de 80 anos com a mesma bactéria teve óbito confirmado no domingo (31 de maio); e uma terceira de 79 anos faleceu no mesmo dia contaminada por KPC. Em 2 de junho, uma quarta paciente, com 79 anos, também veio a óbito. Mas, segundo a Secretaria de Saúde, as mortes podem não estar relacionadas à presença de bactérias multirresistentes.
Há uma mulher internada no Hospital Regional de Sobradinho, infectada pela KPC e em estado estável. No de Santa Maria, foi identificada a presença da bactéria multirresistente Acinetobacter baumannii em 16 pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI), e duas pessoas estão infectadas.
No HRT, três pacientes continuam internados. No Hospital Regional do Guará, onde também foi identificada a Acinetobacter baumannii, dois doentes estão isolados.
Mariana Damaceno, da Agência Brasília