A deputada distrital Sandra Faraj (SD – Solidariedade) mandou a segurança da Câmara Legislativa expulsar, na noite desta segunda-feira (25), professores e professoras que acompanhavam na Galeria Jorge Cauhy, a audiência pública sobre o Projeto de Lei da Mordaça e protestaram contra o projeto.
Assim que a sessão foi iniciada, houve um pequeno intervalo a pedido da deputada, autora do projeto de lei, em razão da manifestação contrária dos (as) docentes. Ela não aceitou os protestos e determinou aos seguranças da Casa a expulsão dos manifestantes contrários, para manter apenas seus apoiadores arregimentados para a sessão. Houve empurra-empurra e a segurança legislativa agrediu professores (as).
A diretoria colegiada do Sinpro-DF lamenta o ocorrido e afirma estar preocupada com a avalanche de agressões contra professores e professoras que vêm ocorrendo em todo o país, como aconteceu no Paraná e em São Paulo recentemente, bem como com a criminalização da livre manifestação de opinião, sobretudo na Câmara Legislativa: a Casa do Povo.
A diretora ressalta que essa é a primeira vez na história da Câmara Legislativa que professores e professoras foram impedidos (as) de acompanhar de perto questões de interesse da categoria em discussão na audiência pública e são expulsos (as) do recinto.
E também é primeira vez que professores e professoras são agredidos (as) pela segurança da Câmara Legislativa por se manifestarem contrários (as) aos interesses privatistas de alguns deputados.
O Projeto de Lei 01/2015, de autoria da deputada Sandra Faraj, que tramita na Câmara Legislativa, em consonância com o PL 867/2015, que tramita na Câmara Federal e é de autoria do deputado Izalci, representa uma afronta ao trabalho dos professores e professoras em sala de aula, além de profundo desrespeito e até desprezo pela nossa categoria.
A deputada quer instituir a perseguição político-profissional no Distrito Federal. Ao referir-se a educadores e educadoras como entes potencialmente nocivos, que utilizam de sua suposta autoridade para manipular, doutrinar e induzir crianças e adolescentes a determinados rumos de pensamento, ambos os parlamentares mostram seu profundo desconhecimento dos processos pedagógicos, do dia-a-dia das escolas e da rotina dos professores (as).
Mostram também seu desapreço pela democracia tão duramente conquistada pelo povo brasileiro, ao sugerir a censura de conteúdos e a fiscalização da liberdade de ensinar, retomando práticas autoritárias características dos períodos ditatoriais que este país infelizmente conheceu.
Com o PL da Mordaça, os professores e professoras ficam ameaçados de censura; de humilhação pública, por meio da fixação de cartazes que explicitariam a cassação de sua liberdade de ensinar; e até de responsabilização pela ação de terceiros em sala de aula.
CUT repudia
A direção da CUT Brasília repudia a agressão aos professores e a medida autoritária e repulsiva cometida contra professores. A retirada com violência dos dirigentes e educadores da galeria da Casa que deveria ser do povo é um ato covarde, unilateral e uma violação do direito da população fiscalizar legisladores e de se manifestar a respeito de projetos de seu interesse.
O pedido para expulsão dos professores partiu exatamente da autora de um projeto arbitrário e antidemocrático, que pretende calar e censurar educadores nas escolas, violentando a liberdade de manifestação e expressão, direito que foi duramente reconquistado com luta e sangue nesse país após mais de duas décadas de ditadura, medo e repressão.
Os católicos precisam combater esse ‘Estado Evangélico’ que se forma em Brasília capitaneado por essa deputada que fez escola no ‘Estado Islâmico’, declara a professora Raquel Souza.
NOTA DE REPÚDIO À ATITUDE DO SINPROMais uma vez o Sindicato dos Professores do Distrito Federal utiliza de argumentos…
Posted by Sandra Faraj on Segunda, 25 de maio de 2015
A CUT defenderá sempre a educação democrática e crítica, de interesse dos trabalhadores, e todos os educadores que resistem e combatem o retrocesso onde for, seja na área pedagógica ou no campo político, econômico e social.
Dirigentes CUTistas já se dirigiam à CLDF, convocados para engrossar a manifestação dos professores e para repudiar as agressões aos educadores, quando a sessão foi antecipadamente encerrada. “A CUT avisa, contudo, os déspotas e retrógrados de plantão que não se calará diante desta ou que qualquer injustiça cometida contra trabalhadores e os educadores que defendem os verdadeiros interesses da classe trabalhadora. Não nos dobraremos perante aqueles que querem usar a força policial e criminalizar os justos movimentos sindical e social”, disse indignado o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Fonte: Sinpro-DF e CUT Brasília