A nova unidade funcionará dentro do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) e conta com 27 leitos de internação, sendo 12 leitos de hospital.
A população do Distrito Federal já conta com um centro público de transplante de medula óssea. Inaugurada nesta quarta-feira (27), a Unidade de Transplante de Medula Óssea Pietro Albuquerque é um serviço exclusivo de referência para pacientes que necessitam do procedimento em todo país. O centro funciona dentro do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) e conta com 27 leitos de internação, consultório, coleta de células-tronco e sala de apoio aos acompanhantes.
“Aqui no DF tínhamos apenas dois serviços privados habilitados para fazer transplante. O novo centro, que agora é público, se torna uma referência extremamente importante não só para atender os casos daqui da região, mas para, inclusive dar suporte a casos de outras regiões. É uma instituição reconhecidamente qualificada e com capacidade para fazer os procedimentos necessários com muita segurança”, afirmou o Ministro da Saúde, Arthur Chioro durante a inauguração da Unidade de Transplante de Medula Óssea Pietro Albuquerque.
O Brasil possui o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, com mais de três milhões de cadastrados, ficando atrás apenas dos Registros dos Estados Unidos (quase sete milhões de doadores) e da Alemanha (quase cinco milhões de doadores). Só ano passado, foram realizados em todo país 2.113 transplantes de medula óssea. O número representa um crescimento de 24% em relação ao ano de 2011, quando o número de cirurgias alcançou 1.701. “Quem precisa se submeter a um transplante de medula óssea não faz o procedimento e vai para casa em seguida. Há todo um vínculo de saúde. Tem o acompanhamento antes e depois do transplante e ainda um longo tempo de monitoramento. Unidades regionalizadas promovem muito mais conforto e segurança para o usuário. Além de diminuir custos de locomoção para a própria família, gestores estaduais e municipais”, afirmou Chioro.
Atualmente 95% das cirurgias no Brasil são realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), o Ministério da Saúde gerencia, junto com estados e municípios, as listas de espera, habilita as centrais de transplantes, além de treinar as equipes para a realização dos procedimentos.
Para estimular a doação de órgãos no país, o Ministério da Saúde investe anualmente em campanhas e ações de mobilização. Em uma década, o Brasil mais que dobrou (aumento de 118%) o número de transplantes no país, saltando de 11.203 cirurgias, em 2002, para 24.473, em 2012. Também quadruplicou (crescimento de 328%) o repasse entre 2003 e 2013, de R$ 327,8 milhões, em 2003, para R$ 1,4 bilhão, em 2013.
PIETRO ALBUQUERQUE – A unidade de transplante de medula óssea recebeu o nome de Pietro Albuquerque em homenagem ao jovem que faleceu poucos dias antes de completar seus 20 anos vítima de leucemia mielóide aguda homônima. A sua luta pela vida motivou a aprovação da “Lei Pietro”, que cria a Semana Nacional de Doação de Medula Óssea, realizada anualmente entre os dias 14 e 21 de dezembro, incentivando o cadastro da população no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Criado em 1993, o REDOME reúne informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de doadores compatíveis entre os grupos étnicos (brancos, negros, amarelos etc.) semelhantes, mas não aparentados.
Por Maressa Ribeiro, da Agência Saúde.