“Não resta dúvida de que nos próximos trinta ou quarenta anos um negro poderá atingir a mesma posição de meu irmão como presidente dos Estados Unidos”.
Robert F. Kennedy, 27 de maio de 1961, na Voz da América.
Um jovem afro-americano complexo, inteligente, astucioso, elegante. Não chegava a ser um grande homem, mas era uma promessa de grandeza. Que se realizou.
Ele próprio usou palavras como “presunçoso e audacioso”.
Universalizou seu discurso para além das raças. Barack Obama não usou o preceito de raça como insistência na etnicidade ou reparação, em vez disso, usou sua origem como metáfora para tentar criar uma ampla coalizão de apoio que unisse os americanos em torno de uma narrativa de progresso moral e político.
Se o título chegou a incomodá-lo, talvez, você esteja, diferentemente do personagem, usando da questão de raça como supremacia de uns sobre os outros em razão da questão da cor da pele.
Por que nós negros estamos tão distantes do poder?
Talvez, seja porque estamos distantes de mais de nós mesmos. Não nos reconhecemos. Somos não brancos e, não negros.
Precisamos chegar ao poder simplesmente pelo poder?
A resposta é Não!
“Votar em um candidato, mesmo que seja um candidato afro-americano, é insuficiente; vale apenas como mais um passo na batalha contra a pobreza e a desigualdade que ainda persistem” Barack Obama.
O poder que precisa ser diversificado com nossos talentos e contribuição. Uma nação que nega suas raízes, nega a se mesma, padece de identidade. O Brasil precisa de tratamento. Muitas vezes quase chego a acreditar que a capital do Brasil é a Europa.
Por que não voltamos para a África?
Porque, a exemplo de Barack Obama ser afro-americano; somos afro-brasileiros. Detentores de dupla cidadania étnica.
Como único afro-americano no Senado, teria sido natural que fosse a voz mais constante nas “questões negras”: desigualdade, ação afirmativa, pobreza, leis sobre drogas. Mas Obama estava decidido a ser um indivíduo com identidade negra, mas também um político com uma imagem e objetivos mas abrangentes. (Compilado página 32)
Temos objetivos mais abrangentes para o nosso país, mas, infelizmente, o Estado míope só nos enxerga como bons na musica, no esporte ou potenciais votantes que, com sua imagem negra servem para apresentar programa eleitoral [político] de candidatos brancos. Por que não um branco apresentando um candidato negro à presidência do país? Seria blasfêmia.
No discurso em que apresentou sua candidatura, em Springfield, Obama discursou para todos, não aos afro-americanos em particular.
Sua retórica e particularidade de vida são os ingredientes que precisam ser misturados ao nosso entendimento para que realmente sejamos uma nação.
Espero vê-los em [A ponte] novo livro de Barack Obama.