José Dirceu de Oliveira e Silva
José Dirceu de Oliveira e Silva

                                          

Conhecido como o homem forte do governo Lula, José Dirceu assumiu como ministro da Casa Civil, em 01 de janeiro de 2003 até 16 de junho de 2005, quando se viu obrigado a pedir exoneração do cargo de ministro em meio à crise política que envolvia seu nome em denúncias de corrupção nos Correios e Telégrafos e em outras empresas estatais. Assumindo na Câmara dos Deputados, o mandato de deputado federal.  
Em 01 de dezembro de 2005, por volta de meia-noite e meia, José Dirceu teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar, por 293 votos a favor e 192 contra a cassação. Ficando inelegível até 2015.
Na data de 30 de março de 2006, Antônio Fernando de Souza, procurador-geral da República, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), quarenta pessoas, políticos, empresários entre outros participantes do mensalão do PT.
  
Biografia jogada no lixo
 
José Dirceu de Oliveira e Silva iniciou a militância política no movimento estudantil em 1965, ano em que iniciou os estudos de Direito na PUC-SP, vindo a ser vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) no período de 1965 a 1966. Já em 1966 rompeu com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ajudou na formação paulista das chamadas “Dissidências”, em São Paulo a sigla era “DI-SP” (esta organização acabou tendo enorme afinidade política com o grupo de Carlos Marighella, que mais tarde viria formar a Ação Libertadora Nacional). Entanto, José Dirceu nunca fez parte dos quadros da ALN. Em 1967 Dirceu, que já era conhecido pelo codinome de “Daniel”, presidiu a União Estadual de Estudantes (UEE), firmando-se como líder estudantil. Em 1968 foi preso em Ibiúna, no interior de São Paulo, durante a tentativa de realização do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
 
Em 1969 os grupos guerrilheiros marxistas-lenistas conhecidos comoMR-8 e ALN sequestraram o embaixador dos Estados Unidos da AméricaCharles Burke Elbrick. Os revolucionários exigiram a libertação de vários prisioneiros políticos, entre eles José Dirceu. O incidente do sequestro do embaixador foi contado no livro “O Que É Isso, Companheiro?” (1979), de autoria do deputado Fernando Gabeira (PV), posteriormente transformado em filme (Bruno Barreto, 1997). Em 2007, o diretor Silvio-Da-Rin lançou o documentário “Hércules 56“, onde os protagonistas relatam em detalhes sobre o episódio do sequestro e da libertação dos 15 presos. O filme dá voz também a todos os que foram trocados pelo embaixador norte-americano e que ainda estão vivos.
 
Os presos trocados pelo embaixador, deportados do Brasil, seguiram para o México, a bordo do avião da Força Aérea modelo C-130 Hércules, matricula 2456. De lá seguiram para Cuba e Paris. José Dirceu foi para Cuba. Durante o exílio, trabalhou, recebeu treinamentos militares, estudou na ilha.
 
Resolve retorna ao Brasil em 1971, vivendo clandestino em São Paulo e em algumas cidades do Nordeste. Em 1975, em Cuba, alterou sua aparência através de cirurgia plástica e retornou ao Brasil, com o nome fictício de “Carlos Henrique Gouveia de Mello”, vindo a morar na cidade de Cruzeiro do Oeste, no Paraná. Passou a viver em total clandestinidade, omitindo seu passado e a verdadeira identidade até mesmo de sua esposa, para preservá-la de riscos. Em Cruzeiro, reservadamente, acompanhava os acontecimentos políticos do país.
Em 1979, com a anistia, retornou a Cuba, desfez a cirurgia plástica e, em dezembro de 1979, voltou definitivamente para o Brasil, onde passou a participar das atividades políticas em curso, que deram origem ao PT.
 
Em 1986, foi eleito deputado estadual constituinte em São Paulo pelo PT, exercendo mandato entre 1987 e 1991. No período, notabilizou-se pela forte oposição à administração do então governador Orestes Quércia.
 
Em 1992, no exercício do mandato de deputado federal, foi o autor — ao lado do senador Eduardo Suplicy — do pedido para a instalação da CPI que levou o então presidente Fernando Collor de Mello ao impeachment. Dois anos depois foi o candidato petista ao governo de São Paulo,  acabou ficando em terceiro lugar atrás de Mário Covas (PSDB) e Francisco Rossi (então no PDT).
 
Em 1995, foi indicado por Lula para disputar o encontro nacional do partido e ganhar a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores, cargo para o qual se reelegeria em 1997 e 2001 (esta por eleições diretas entre filiados do PT).
 
José Dirceu foi sepultado no Cemitério Luz da Vida (reservado para personalidades), em sua lápide será gravada as palavras: Companheiro José Dirceu, Presente!  

*Como seria a veiculação desta notícia na imprensa no dia “D”.