Acusado de desviar R$ 1,7 milhão destinados a projetos sociais, Junior Brunelli é procurado pela Polícia Civil do DF desde a manhã de hoje. Investigações começaram em 2010
O ex-deputado distrital Junior Brunelli (ex-PSC-DF), conhecido nacionalmente pelo episódio da “oração da propina”, está foragido da Justiça desde a manhã desta sexta-feira (25). Brunelli é suspeito de ter desviado, em 2009, R$ 1,7 milhão de recursos públicos destinados a projetos sociais de uma associação chefiada por ele. Segundo a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil do Distrito Federal, a instituição não teria estrutura suficiente e o ex-parlamentar teria usado a verba para fins ilícitos, além de ter apresentado notas fiscais falsas para justificar os gastos da instituição
Até o momento, três pessoas já foram presas e as buscas continuam em outros endereços na operação coordenada pela Deco. Os mandados de prisão foram autorizados pela Justiça na semana passada e devem ajudar a apurar as suspeitas de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A denúncia foi encaminhada pela 1ª Promotoria de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em 2010, mas só agora o inquérito teve continuidade.
De acordo com o jornal Correio Braziliense, quando os policiais chegaram à casa do ex-deputado, o imóvel já estava vazio, mas o computador ainda permanecia ligado. Os agentes apreenderam computadores e documentos, além do passaporte de Brunelli. A Interpol será avisada ainda hoje para tentar evitar uma possível fuga para o exterior. Informações iniciais dão conta que Brunelli pode se entregar ainda hoje aos investigadores.
Brunelli é um dos envolvidos na operação Caixa de Pandora, deflagrada em 27 de novembro de 2009, e ficou conhecido nacionalmente após aparecer em dois vídeos divulgados pela Operação Caixa de Pandora. Em um dos vídeos, gravados por Durval Barbosa, o delator do esquema de corrupção que envolveu mebros do Executivo e do Legislativo do DF, o ex-deputado aparece ao lado do então presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente. Os dois pedem proteção a Deus pela vida do delator do escândalo. “Somos gratos pela vida do Durval, por ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para nossa cidade”, dizia o ex-deputado na gravação.
A investigação revelou um extenso esquema de propina envolvendo membros do Executivo e do Legislativo locais, que foi apelidado de mensalão do Arruda, em referência ao ex-governador José Roberto Arruda, que chefiava o esquema. Pelo seu envolvimento no esquema, Brunelli acabou renunciando ao mandato de distrital para evitar a cassação. No mesmo ano, tentou concorrer ao mandato de deputado federal, mas acabou expulso pelo próprio partido, o PSC.